Até um dia...
Um dia fechei a porteira
alforje no ombro e saí de lá
antes da curva da estrada
e a vontade era de voltar
quis apressar o passo
correr e não mais chorar
pisei em pedra e espinho
sem sentir a dor a atormentar
não tinha outro caminho
o destino não se pode mudar
rezei todas as preces
tanta fé e tanta oração
pedi a São José
pra chegar o trovão
um raio de tempestade
qualquer solução
uma nuvem cheia
um alívio no coração
uma goteira na telha
esperando a molhação
mas cadê a chuvarada
cadê molhar meu sertão?
amanheci e fechei a porta
alforje no ombro e saí de lá
um desgarrado de tudo
no mundo a desesperar...
Rangel Alves da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário