Voz
Ouço
no meu jeito
de ouvir
grito de alegria
na chuva ao cair
um choro aberto
no lenço ao partir
lamento de dor
no sol a ferir
e ouço
no olho do bicho
um berro rasgado
na criança faminta
barulho malvado
na moringa vazia
o barro quebrado
em todo silêncio
um dizer afetado
e ouço ainda
você me dizendo
sem abrir a boca
no canto sofrendo
para não partir
pois está padecendo
e ficar sozinha
fica tudo morrendo
e diz que me ama
no abraço correndo.
agora ouça
o meu silêncio
e venha calar
minha voz
com seu murmúrio
e será grito
a voz do amor
em nós...
Rangel Alves da Costa
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