*Rangel Alves da Costa
A solidão é vulcânica, é escaldante, é quente
demais. Mas as noites solitárias são frias, e frias demais. A solidão é feita
de sol, é tecida no fogo e na brasa, é sentida em terrível vapor. Mas as noites
solitárias são frias, e frias demais. A solidão faz escorrer um suor fervente,
uma lágrima em ebulição, um respingar de fogo. Mas as noites solitárias são frias, e frias demais. A solidão
vaporiza, estonteia, dilacera em mil graus. Mas as noites solitárias são frias, e frias demais. E não há cobertor
que esquente, não há chama que faça passar, não há nada que torne a solidão
solitária da noite em algo suportável de ser vivenciado. E vem o gelo da
saudade, e chega a nevasca da memória, e a falta de tudo, a falta de alguém ao
lado, a falta de alguém amado. E sem esse calor, tudo é frio, é frio demais.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário