SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Palavra Solta – na pele



*Rangel Alves da Costa


Eu caí e levantei. Eu chorei e enxuguei a lágrima. Eu entristeci e depois sorri. Eu disse não e depois disse sim. Eu adoeci e depois sarei. Eu fui levado na ventania e depois retornei. Eu vi meu sangue jorrando e depois curei. Eu cansei na estrada e depois repousei. Eu gritei o urro dos aflitos e desesperados e depois aceitei. Eu me deixei enlaçar e entrelaçar e depois me soltei. Eu fui açoitado e lanhado e depois me desatei. Eu fui escravizado e depois e me libertei. Eu tive as asas cortadas e depois eu voei. Eu tive veneno na boca e depois eu não traguei. Eu pedi e implorei e depois não quis mais nada. Esqueci os beijos, os abraços, os prazeres. Tudo eu esqueci. Esqueci as esperanças, as promessas, as expectativas. Tudo eu desisti. Não sei até quando eu vou cair e levantar. Não sei até quando eu vou morrer e renascer. É melhor é evitar. É melhor viver apenas minha solidão.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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