*Rangel Alves da Costa
Quando eu me preparava para subir ao monte,
então correram para me dizer que desiste, pois muito alto, cansativo, e que eu
nem tinha muito que fazer lá em cima. Então eu disse que ia orar, ficar mais
perto de Deus, elevar meus sagrados sentimentos. No mesmo instante, então me
disseram que não passa de ilusão toda essa fé carregada no coração, eis que a
realidade da vida clama por fazer e não por orar. Eu disse que a pessoa estava
certa ao pensar assim, como ela quisesse, mas eu era outra pessoa e que não desistiria
de subir ao monte. Logo começou a zombaria, o achincalhe, as palavras baixas e
desencorajadoras. Mas eu nem dei ouvidos e nem olhei atrás quando resolvi
caminhar. E fui. Subi o monte e olhei abaixo. Entristecidas, cabisbaixas,
melancólicas, as pessoas caminhavam sozinhas, sem rumo na vida, sem Deus e sem
fé. E eu, eu lá no alto vendo a face de Deus. Eu lá no alto tendo sobre a mão a
mão de Deus. Eu lá no alto, também tão alto em espírito e alma, que quase
beijava a face de Deus. E beijei!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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