*Rangel Alves da Costa
Silencio de coração partido. A vontade é de
gritar, mas silencio de coração partido. Tenho que fingir uma felicidade que
não existe em mim. Sorrio chorando por dentro. Mostro alegria e contentamento
quando sei que nada merece sequer uma feição de tranquilidade. Não sei até que
ponto a ilusão vai se sobrepor à realidade. Não sei até quando a máscara vai
fingir que é o rosto. Não sei até quando a palavra presa vai continuar sendo
apenas silêncio. Gota a gota o copo vai enchendo, e talvez não caiba nem mais
um pingo. Mas dizem que o amanhã sempre será outro dia. Uma verdade. Mas dia
após dia que o outono devasta tudo, a ventania açoita sem fim, a tempestade em
fúria devasta tudo. Esperar o tempo do Eclesiastes, não há outra coisa a fazer.
Se após a dor vem a cura, depois do sofrimento vem a paz, então não resta outra
coisa a fazer. Esperar o tempo do Eclesiastes ou fazer tudo ao modo dos homens
ou dos animais selvagens. Avançar, destruir, dizimar, acabar de vez com a causa
de todo o mal.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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