*Rangel Alves da Costa
“Morte ao povo. Cortem a cabeça de todos!”,
assim ordenou o rei ao alto da torre. Mas prontamente o Conselheiro Real
reparou: “Não ordene isso, Vossa Majestade, pois se o povo perde a cabeça quem
vai pagar impostos, quem vai colocar comida na mesa do reino, quem vai lhe
servir de serviçal?”. O rei olhou de lado e imediatamente mandou cortar a
cabeça do Conselheiro Real. E novamente esbravejou: “Morte ao povo. Cortem a
cabeça de todos!”. Mas a preocupada rainha logo reparou: “Calma meu Rei e
Senhor, que ordene o corte da maioria das cabeças, mas de todas não. Os
mancebos, os belos jovens de vigor físico e fardos de músculos de jeito nenhum,
pois quem vai levar ao quarto real, perante minha cama, os frutos silvestres
que eu desejar?”. Outro Conselheiro Real, ouvindo isso, segredou ao rei: “Corta
a cabeça dela meu Senhor e Rei, pois ela lhe trai com esses mancebos!”. Mas
quem perdeu a cabeça foi o Conselheiro Real. E novamente gritou: “Morte ao povo.
Cortem a cabeça de todos, menos dos mancebos da Rainha!”. E todos tiveram suas
cabeças cortadas, menos os favoritos da rainha. E esta, depois simplesmente
chamou seu exército de machos e ordenou: “Morte ao Rei, cortem a cabeça do Rei!”.
E assim foi feito.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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