*Rangel Alves da Costa
Ele se sentiu traído - e foi mesmo -, jogou
as roupas da mulher no lixo, saiu para o botequim, bebeu todas, chorou e
chorou, e depois se jogou do alto da ponte. Foi salvo pela embarcação do amante
de sua esposa, que ia passando. Inconformado por não ter morrido, então ele
resolveu flagrar a mulher com o amante e matar os dois, e depois apontar a
mesma arma em direção à sua cabeça. Entrou escondido em casa, foi direto ao
quarto e se escondeu debaixo da cama. Deitado silenciosamente, com a arma à
mão, viu-se sufocado e sem poder agir quando a cama começou a sacolejar. Gritou
por socorro e foi salvo da morte pela mulher e o amante. Pulando a janela
envergonhado, enganchou-se num pé de roseira e caiu estatelado. Com falta de
ar, pensando que ia morrer, foi salvo por um balde de água jogado na cara pelo
amante da esposa. Refeito, então resolveu que mataria os dois no mesmo
instante. Pulou de volta a janela, procurou os dois por todo lugar, mas nem
sombra. Haviam sumido de braços dados. E ele morreu de solidão.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário