*Rangel Alves da Costa
Até onde sei as formigas não conversam. Não
proseiam entre si, não trocam palavras amorosas ou sofridas, não reclamam de
nada através da voz, não dizem absolutamente nada. Mas há gente – e muita gente
– que acredita que elas conversam. Talvez pelos fato de que elas são
reconhecidamente organizadas, trabalhadoras e produtivas, certamente que
acreditam que elas dialogam entre si cada ação e cada trabalho a ser feito. E
ainda dizem que falam assim: “A gente tão pequenina e esse povo grande tão
preguiçoso”, “A gente trabalha o dia inteiro e não se cansa e esses humanos só
um servicinho de nada e já estão reclamando de tudo”, “Quando os humanos não
nos avistam, ainda assim continuamos com nossas tarefas internas, mas eles, mal
batem o ponto, e já se danam a beber e a fazer o que não presta”, “Tanta inveja
eles têm de que trabalha que de vez em quando chegam com a sola dos sapatos
para acabar com a gente”. Se é assim mesmo, com plena razão as formigas. Elas tão
pequeninas e causando tanta inveja a quem se acha grande e poderoso demais.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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