*Rangel Alves da Costa
Perguntam-me e não sei - juro que não sei -
responder. Por que, tantas vezes, a felicidade humana é vista apenas pela falsa
riqueza material que se tem? E, erroneamente, dizem que o bem de vida é aquele
de casa bonita e carro possante. Afirmam que rico é aquele que vive arrotando
moedas. Alardeiam que o de vida fácil é aquele que não se preocupa com contas a
pagar. Asseveram que o poderoso é aquele que manda e desmanda no seu meio e
mais além. Pronunciam que o ricaço é aquele que tem tudo na hora que bem desejar.
Engano, e quanto engano pensar assim! A riqueza material é como a poeira da
morte que a tudo esvai. A verdadeira riqueza humana está na alma bondosa, na
humildade do ser e na paz pelo respeitoso convívio. Na foto abaixo, por
exemplo, eu sou o mais rico dos homens. Nada é meu, mas estou ao lado e junto
daquilo que amo e gosto. Minha paz de espírito provém do diálogo e do
encantamento com este mundo que é tão meu, pois sertanejo igual a terra, cipó e
bicho. Minha riqueza está em poder usufruir, amando e respeitando, cada pedaço
de chão e cada grão de areia. Não, não quero entrar num carro bonito, fechar os
vidros, e fazer de conta que tenho tudo e que sou feliz. Quero ser o rei, mas
de um reinado de pés no chão, de passos na areia, de abraços recebidos nas
portas e janelas que encontrar, de amigos de mãos calejadas e todos aqueles que
prezam o sangue sertanejo que têm. Eis, assim, na fotografia, a moldura mais
fiel do reinado que tanto almejo ter: um sertanejo num lar chamado sertão!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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