*Rangel Alves da Costa
Muito além da canção à mulher, precisa-se
mesmo o reconhecimento e a valorização. Avistar a mulher em sua plenitude, em
sua grandeza, em sua primordialidade. Mas nem sempre acontece assim. No mundo
masculinizado pelas convenções sociais, ou perante o meio onde o feminino
continua sendo o lado oculto do lar e da existência, o fazer mulher se
contrapõe a todo preconceito e discriminação, ao injusto desconhecimento da
luta e à negação de sua força, para se reafirmar como o fermento sem o qual
nada vinga e nada cresce. O homem deveria saber disso: na mulher a sua própria
raiz, na companheira o seu próprio passo. Mas nem sempre a luta feminina é
reconhecida. Até mesmo perante os seus, quanto mais esforço e sacrifício mais a
simplista noção de ser assim mesmo. E não é não. Do barro feminino que foi
feita humanidade, certamente que o visgo continua sendo a tessitura de toda
caminhada da vida. Dizer que o macho faz o trabalho pesado para sustentar o seu
lar, é não reconhecer o peso de cada dia que é suportado pela mulher para
cuidar desde o quintal à porta da rua e mais adiante. Tudo feito de maneira
incansável.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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