Humilde felicidade
Se choro é por outras coisas
se sofro é por outras razões
se entristeço é por outros motivos
se padeço é por minha culpa
por isso o mar que navego
e o doce jardim que repouso
são bastante diferentes
dos apertos sentidos no coração
que tem sua própria razão
ao separar o joio e o trigo
sabendo dividir com sinceridade
o que é sentimento e verdade
para enfim chegar à conclusão
que ninguém nunca foi tão feliz
e tem tanto e tem muito mais
do que esse filho de Deus
com a lua mais bonita do mundo
com o sol mais presente na pele
com a natureza desde a porta
da frente ao fundo da mataria
com a cantoria no silêncio
e no bico e na boca dos bichos
com a farta mesa que baste
nas frutas do campo e no pomar
nos frutos da terra e do suor
e no merecido sossego da rede
estendida suavemente na varanda
para ainda permitir um sonho
um sonho de humilde felicidade.
Rangel Alves da Costa
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