Amor cangaceiro
Ouvi falar de uma Maria
que Maria mais Bonita
da mesma feição
de outras Marias do Sertão
chita florida de feira
Dadá morena trigueira
escondida na ribanceira
esperando o seu amor
e porque a saudade ensina
lembrar paixão de menina
assim como amou Enedina
e tanto querer amar
coração ser uma ilha
navegando por Adília
num Poço de sequidão
dor que ainda fervilha
vela aberta no mundo
folhagem de camomila
chá de amor e olhar
curva na mão dessa Sila
orvalho do meu sereno
feito um Zé apaixonado
nesse mundo tão pequeno
e fosse o meu tempo
esse tempo do cangaço
coração transformaria
em flor a bala de aço
para jogar pelo ar
redemoinhos de abraços.
Rangel Alves da Costa
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