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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

OS DIFÍCEIS CAMINHOS DE POÇO REDONDO



*Rangel Alves da Costa


Mesmo que os pessimistas e alguns fanáticos petistas pretendam negar, certamente que o Brasil ganha um rumo mais esperançoso com a posse de Jair Bolsonaro na presidência. A situação estava tão feia e desesperadora, que o alento chega pela simples expectativa de dias melhores, e não pela certeza de realizações concretas que possam tirar, efetivamente, o país da situação caótica em que se encontra. Mas é preciso acreditar e torcer para que o barco enfim saia da turbulência e tome seguros caminhos.
A mesmo esperança, contudo, não pode ser dita com relação a Poço Redondo. Este município sertanejo vem experimentando momentos difíceis, turbulentos, duvidosos, e não será fácil retomar o seu rumo. É uma questão de análise, apenas, e de compreensão da realidade, nada mais que isso. Sem partidarismos ou ideologias, a verdade é que a atual gestão municipal dificilmente conseguirá administrar com eficiência os dois anos que faltam para o término do mandato, sem fazer conjecturas acerca da permanência ou não do prefeito.
E também uma questão de fácil entendimento. Ora, se os dois primeiros anos não vingaram como o esperado ou desejado (e também pelo prometido em campanha em posteriormente), não será no tempo restante que o tempo perdido será conquistado. Uma planta, por exemplo, deve crescer forte desde sua raiz e não alimentada somente depois de crescida e já visivelmente debilitada. É o que está acontecendo em Poço Redondo.
Nos dois primeiros anos, a gestão municipal pouco ou nada fez do prometido. Maquiou a cidade, pontuou em algumas obras e ficou por isso mesmo. Muito pouco para a redenção cantada em altos brados. E as desculpas por tão pouco não podem nem devem recair em problemas climáticos (com as secas e tanques secos, bichos famintos e sertanejos ao sofrimento) nem nas dificuldades financeiras passadas pelo país. Os recursos sempre chegam, as verbas são sagradas numa administração municipal. Se há diminuição no repasse dos recursos, logicamente que as obras sofrerão diminuição, mas nada explica que nada ou quase se faça quando os recursos são existentes.
E outro grave problema está no sempre deixar para depois, no fazer adiante, e o tempo passar e nada ser feito. Quantas promessas vão deixando de ser cumpridas assim? Recordo muito bem que ainda no final do ano de 2017, em diálogo amigueiro, eu afirmei ao então secretário de obras que seria bom se a prefeitura pudesse podar as árvores da Praça da Matriz para que algumas lâmpadas natalinas pudessem ser colocadas, possibilitando um visual mais alegre aos noturnos poço-redondenses. O enfeite seria simples, mas ficaria muito bonito.
Como resposta eu ouvi que não haveria tempo, pois as obras na praça já iam ser iniciadas. E já estamos em 2019 sem nada disso acontecer. Infelizmente isso não é bom. Ninguém deseja que a administração se perca na ineficácia, no descaso nem na omissão, mas também ninguém suporta ver o tempo passar e nada simplesmente acontecer. O povo também cansa de ladainha, de conversa pra boi dormir, de lengalenga e nada efetivamente acontecer. Dói-me demais avistar a cidade assim tão entregue ao deus dará e apenas na promessa que vai ser feito, vai ser feito, vai ser feito... Quando?
Ademais, não pretendo entrar no mérito de outros problemas recorrentes e de boca em boca perante a população, mas o que está visível não pode ser negado. A sede municipal está feia, suja, abandonada. Nos povoados a situação não deve ser diferente. Algo tem que ser feito, urgentemente. Sei muito bem que a atual administração vem passando por problemas de ordem jurídica, numa insegurança que certamente impede um trabalho com maior afinco e firmeza. Mas esperamos que tudo melhore. Esperamos que o gestor permaneça na sua função e realmente mostre que não é só capaz de prometer, mas principalmente de fazer.
E a Poço Redondo desejamos um Feliz 2019. Que as dificuldades sejam vencidas e a sua população se orgulhe de ser cada vez mais sertaneja.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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