*Rangel Alves da Costa
Mesmo que
os pessimistas e alguns fanáticos petistas pretendam negar, certamente que o
Brasil ganha um rumo mais esperançoso com a posse de Jair Bolsonaro na
presidência. A situação estava tão feia e desesperadora, que o alento chega
pela simples expectativa de dias melhores, e não pela certeza de realizações
concretas que possam tirar, efetivamente, o país da situação caótica em que se
encontra. Mas é preciso acreditar e torcer para que o barco enfim saia da
turbulência e tome seguros caminhos.
A mesmo esperança,
contudo, não pode ser dita com relação a Poço Redondo. Este município sertanejo
vem experimentando momentos difíceis, turbulentos, duvidosos, e não será fácil
retomar o seu rumo. É uma questão de análise, apenas, e de compreensão da
realidade, nada mais que isso. Sem partidarismos ou ideologias, a verdade é que
a atual gestão municipal dificilmente conseguirá administrar com eficiência os
dois anos que faltam para o término do mandato, sem fazer conjecturas acerca da
permanência ou não do prefeito.
E também
uma questão de fácil entendimento. Ora, se os dois primeiros anos não vingaram
como o esperado ou desejado (e também pelo prometido em campanha em
posteriormente), não será no tempo restante que o tempo perdido será
conquistado. Uma planta, por exemplo, deve crescer forte desde sua raiz e não
alimentada somente depois de crescida e já visivelmente debilitada. É o que
está acontecendo em Poço Redondo.
Nos dois
primeiros anos, a gestão municipal pouco ou nada fez do prometido. Maquiou a
cidade, pontuou em algumas obras e ficou por isso mesmo. Muito pouco para a
redenção cantada em altos brados. E as desculpas por tão pouco não podem nem
devem recair em problemas climáticos (com as secas e tanques secos, bichos
famintos e sertanejos ao sofrimento) nem nas dificuldades financeiras passadas
pelo país. Os recursos sempre chegam, as verbas são sagradas numa administração
municipal. Se há diminuição no repasse dos recursos, logicamente que as obras
sofrerão diminuição, mas nada explica que nada ou quase se faça quando os
recursos são existentes.
E outro
grave problema está no sempre deixar para depois, no fazer adiante, e o tempo
passar e nada ser feito. Quantas promessas vão deixando de ser cumpridas assim?
Recordo muito bem que ainda no final do ano de 2017, em diálogo amigueiro, eu afirmei
ao então secretário de obras que seria bom se a prefeitura pudesse podar as
árvores da Praça da Matriz para que algumas lâmpadas natalinas pudessem ser
colocadas, possibilitando um visual mais alegre aos noturnos poço-redondenses. O
enfeite seria simples, mas ficaria muito bonito.
Como
resposta eu ouvi que não haveria tempo, pois as obras na praça já iam ser
iniciadas. E já estamos em 2019 sem nada disso acontecer. Infelizmente isso não
é bom. Ninguém deseja que a administração se perca na ineficácia, no descaso
nem na omissão, mas também ninguém suporta ver o tempo passar e nada
simplesmente acontecer. O povo também cansa de ladainha, de conversa pra boi
dormir, de lengalenga e nada efetivamente acontecer. Dói-me demais avistar a
cidade assim tão entregue ao deus dará e apenas na promessa que vai ser feito,
vai ser feito, vai ser feito... Quando?
Ademais,
não pretendo entrar no mérito de outros problemas recorrentes e de boca em boca
perante a população, mas o que está visível não pode ser negado. A sede
municipal está feia, suja, abandonada. Nos povoados a situação não deve ser
diferente. Algo tem que ser feito, urgentemente. Sei muito bem que a atual
administração vem passando por problemas de ordem jurídica, numa insegurança
que certamente impede um trabalho com maior afinco e firmeza. Mas esperamos que
tudo melhore. Esperamos que o gestor permaneça na sua função e realmente mostre
que não é só capaz de prometer, mas principalmente de fazer.
E a Poço
Redondo desejamos um Feliz 2019. Que as dificuldades sejam vencidas e a sua
população se orgulhe de ser cada vez mais sertaneja.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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