*Rangel Alves da Costa
São os sinais do tempo, os sinais de agora,
arrumar as coisas e dizer que vai embora. E seguir a estrada pelo mundo afora,
acreditando que atrás fica alguém que chora. São os sinais do tempo, são os
sinais de agora, dizer que só gosta e não dizer que adora, ou fingir
sentimentos do peito pra fora. São os sinais do tempo, os sinais de agora, tudo
tão volúvel, tudo que evapora, sem nobreza n’alma que tanto implora a boa virtude
de esperar a hora. São os sinais do tempo, os sinais de agora, tanto fez tanto
faz em tudo o que aflora, pois nada importa se tudo é brinquedo que se joga
fora. São os sinais do tempo, os sinais de agora, a insensibilidade que a tudo
devora, na incoerência que a verdade deplora, deixando o ser sem prumo ou
escora. São os sinais do tempo, os sinais de agora, um navio sem rumo que num
porto ancora e saudoso fica das águas de outrora, sem ter mais destino, pois o
mundo o ignora. São os sinais do tempo, os sinais de agora, o que estava dentro
e foi jogado fora, só pela maldade de mandar tudo embora, até mesmo o amor que
no outro aflora. São os sinais do tempo, os sinais de agora, que mesmo a
esperança nada revigora, já que tudo desfeito não retorna na hora e o que foi rejeitado
não retorna sem demora.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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