*Rangel Alves da Costa
Gosto de andar por aí, de cortar caminhos, de
visitar e revisitar o simples, o grandioso e aquilo que se tem como marco
histórico. Neste sentido é que outro dia, ao lado do pesquisador José Francisco
(do blog Lampião, Governador do Sertão), me pus seguindo pela estrada de chão
batido para visitar (mais uma vez) um marco histórico nos arredores de Poço
Redondo, no sertão sergipano. Um pouco mais adentro, na Fazenda Camarões, a
vítima da vingança cangaceira foi o vaqueiro Antônio Canela, torturado e morto
pelo subgrupo de Mané Moreno. Metido a valente, lá pelos lados de Entremontes,
um dia Antônio Canela prometeu encher o bando de bala se Lampião aparecesse na
região. Dizem que pegou em armas e permaneceu em prontidão. Mas em 37, depois
de atravessar o São Francisco e fixar moradia nos arredores de Curralinho, eis
que o falador foi encontrado pelo bando cangaceiro de passagem ela região e não
deu outra. Pagou com a vida a promessa feita. A morte de Canela foi de
indescritível perversidade. Picotado pelo canivete de Alecrim, tombado ante o
açoite do mosquetão de Cravo Roxo, e depois disso amarrado a um animal e levado
à morte certa. Foi Mané Moreno quem deu o tiro fatal. Mais um. E já morto é
sangrado. E, segundo Alcino Alves Costa em seu Lampião Além da Versão (p. 196),
o cangaceiro Cravo Roxo se acerca do corpo e bebe do sangue que borbulhava em
seu pescoço. Eita gota!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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