*Rangel Alves da Costa
Mundo de desmundo. Vida de invivência. Do
luto guardado durante meia hora, na hora seguinte já vai abrir as pernas.
Respeito é bom e eu gosto. Mas eu sozinho. Resto de gente num gosta não. Vida
boa a do menino que ainda se contenta com a calcinha no varal ou no abrir de
pernas na sentada da menina. Adespois aprende que tudo tá tão fácil que nem
precisa saber do nome. Joaninha tem três filhos e até hoje num sabe o nome do
pai de nenhum. E nem ela sabe escrever o nome dos filhos: Clausslayenne,
Thaunnyalle e Ethanneard. Coitados dos bichinhos. Arriscado mais tarde nenhum
saber escrever também. A vida é assim mesmo, de mundo e desmundo. Quem vive
sozinho morre sozinho. A vela acende sozinha e se apaga sozinha, e pronto.
Ninguém liga mais pra ninguém não. Um filho, dentro de casa, esbarrou na mãe e
se espantou. Nunca mais tinha olhado pra ela e achou que era uma desconhecida
entrando no seu quarto. Deu a bença não. Num precisa mais. Ninguém pede mais a
bença. Nem bença nem benção. Tanto faz, né? Se eu tivesse dinheiro ia mesmo era
tomar uma cachaça. Mas tenho não. Vou tomar uísque mesmo. Todo mundo é rico.
Mesmo sem um tostão.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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