*Rangel Alves da Costa
Hoje eu senti o meu lábio mais rijo, mais
ressequido, mais petrificado. A falta de beijos faz ficar assim. Hoje eu senti
o meu coração mais inerte, mais estático, mais parado. A falta de pulsação
amorosa faz ficar assim. Hoje eu senti os meus olhos sem viço, sem brilho, sem
a alegria. A falta de um amor que possa ser avistado, então faz ficar assim.
Hoje eu senti tudo diferente, tudo tão distante, tudo sem graça. A falta de
amor torna tudo assim. Hoje eu me senti mais saudoso, mais nostálgico, mais
tristemente contemplativo. A falta de amor traz uma saudade assim. Hoje eu me
senti mais solitário, mais abandonado, mais carente. A falta de amor empobrece
a alma, o desejo, o sentimento. Hoje eu me senti assim. Tudo como uma
enfermidade sem cura ou uma cura difícil demais de ser conseguida. Na buça está
escrito: amor. Mas quando, quem, onde? O amor não é encontrado em farmácia nem
em supermercado. O amor não está na prateleira nem perdido na praça. O amor
está em outro lugar. Eu sei onde está, mas como chegar, como alcançar, como o
amor amar?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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