*Rangel Alves da Costa
Tudo escuro. Altas horas da noite. Talvez já
na madrugada. Silêncio total pelas ruas. Nenhum passo. Nenhum barulho estranho.
Nada. Mas de repente, ao longe, ouvia-se o trotar de um cavalo. Quanto mais se
aproximava mais havia a certeza de que cavalo e cavaleiro se aproximavam.
Tantas vezes relinchava, barulhava como se de repente refreasse na terra nua.
Ninguém duvidava que o que se ouvia era o som das patas de um cavalo. E cavalo
vindo de longe, cortando as ruas da povoação. Também ninguém duvidava que de repente
o cavalo parava em algum canto para depois prosseguir. E assim sempre nas
noites mais escuras, de lua sumida, no breu. Muita gente se metia debaixo da
cama ao ouvir aquela estranheza. E assim por que ninguém sabia de quem se
tratava, vez que jamais fora avistado por olho humano, e tão somente a certeza
de sua passagem. Era o cavaleiro da noite, o cavalo da assombração, o cavaleiro
da alma penada. Assim se dizia. Até hoje essa história é repassada pelos
sertões, e não se admitindo que digam que é mentira. Ainda tem gente que diz
que pelas frestas ouviu o cavalo passando. Mas apenas passando e passando.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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