Porta e janela
Era uma casinha assim
numa rua de massapê
de roseira na calçada
cal jogado no barro nu
branca e quase marrom
poeira e pó pelos cantos
um cachorrinho na porta
um gato miando lá dentro
e uma porta e uma janela
e uma porta e um janela
vida que entrava e saía
olhos surgindo e sumindo
os pés cansados da luta
chinelos deixados fora
olhar procurando enxergar
a mesma cor no horizonte
e de vez em quando
deixando uma lágrima cair
virar barro lá em baixo
virar sequidão lá dentro
como se a vida por ali
depois da porta e janela
fosse somente a esperar
o mesmo amanhã de hoje.
Rangel Alves da Costa
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