*Rangel Alves da Costa
Supõe-se que uma sociedade civilizada já se
livrou desde muito de concepções ultrapassadas, conservadoras e limitadoras da
liberdade humana. Numa sociedade assim não haveria mais escravidão, justiça
pelas próprias mãos, submissão à mulher, desigualdade por motivos de sexo,
preconceito e discriminação por qualquer motivo, respeito às liberdades
individuais e coletivas, reconhecimento do ser humano como objeto maior de
proteção. Seria ainda uma civilização pautada na lei, com governo legítimo e
democraticamente forte. Imagina-se que uma sociedade de alto nível
civilizatório possui algumas características que a diferencia de outros povos,
principalmente pelo estágio cultural alcançado pelo sua população. O senso de
moralidade predomina sobre os desregramentos, a ética emerge com importância
nas relações sociais, o reconhecimento e a valorização da vida própria e do
próximo exsurgem como aprendizado intrínseco. Mesmo com altos e baixos nestes
aspectos, ainda assim será uma sociedade que pode servir de exemplificação
positiva perante todos os povos. Entretanto, a realidade demonstra que todo o
percurso civilizatório relatado acima não passa de uma ilusão sociológica ou
antropológica. E assim porque as transformações existentes nas sociedades, e
que permitiram suas evoluções, não alcançaram todos os contextos sociais da
mesma forma. Houve desenvolvimento econômico, cultural, político e social, mas
a população em si permaneceu oscilando entre a nova e a realidade mais
primitiva, mais bestial e bárbara. Ao invés de se civilizar, o homem cada vez
mais se barbariza.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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