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domingo, 16 de junho de 2019

Palavra Solta - a civilização perdida



*Rangel Alves da Costa


Supõe-se que uma sociedade civilizada já se livrou desde muito de concepções ultrapassadas, conservadoras e limitadoras da liberdade humana. Numa sociedade assim não haveria mais escravidão, justiça pelas próprias mãos, submissão à mulher, desigualdade por motivos de sexo, preconceito e discriminação por qualquer motivo, respeito às liberdades individuais e coletivas, reconhecimento do ser humano como objeto maior de proteção. Seria ainda uma civilização pautada na lei, com governo legítimo e democraticamente forte. Imagina-se que uma sociedade de alto nível civilizatório possui algumas características que a diferencia de outros povos, principalmente pelo estágio cultural alcançado pelo sua população. O senso de moralidade predomina sobre os desregramentos, a ética emerge com importância nas relações sociais, o reconhecimento e a valorização da vida própria e do próximo exsurgem como aprendizado intrínseco. Mesmo com altos e baixos nestes aspectos, ainda assim será uma sociedade que pode servir de exemplificação positiva perante todos os povos. Entretanto, a realidade demonstra que todo o percurso civilizatório relatado acima não passa de uma ilusão sociológica ou antropológica. E assim porque as transformações existentes nas sociedades, e que permitiram suas evoluções, não alcançaram todos os contextos sociais da mesma forma. Houve desenvolvimento econômico, cultural, político e social, mas a população em si permaneceu oscilando entre a nova e a realidade mais primitiva, mais bestial e bárbara. Ao invés de se civilizar, o homem cada vez mais se barbariza.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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