*Rangel Alves da Costa
Todos nós temos amigos monstros. Não adianta
dizer que não. Eu tenho um amigo monstro. E monstro mesmo. Monstro de feição
indefinida, às vezes aparece peludo, mais alto ou mais baixo, todo feio e
desengonçado, coisa de espantar qualquer um que não fosse eu. Mas já estou
acostumado com ele, tanto que se tornou meu amigo. Qualquer outra pessoa teria
muito medo desse monstro. E por ser um monstro mesmo. Bichão esquisito,
assustador de arrepiar. Certamente faria correr quem o aviste inesperadamente.
Os monstros povoam os pensamentos como a dizer que nos labirintos da existência
existem coisas que nunca queremos encontrar, mas que de repente podemos
avistar. Por isso mesmo que eu tenho de me acostumar com esse amigo monstro.
Ora, como posso temer o monstro em mim, o monstro que sou, o monstro que apenas
se oculta? Será que os medos, os traumas, as psicoses, as depressões, as
angústias, as angústias, os sofrimentos e tudo o mais que nos traumatiza por
dentro e por fora, não são monstros de verdade? São monstros sim. E ou sabemos
lidar com ele, com ele conviver, ou o bichão impiedosamente irá nos devorar.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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