*Rangel Alves da Costa
O preconceito possui existência mais forte do
que imagina nossa vã filosofia, como diria o poeta. E é mais forte e mais
presente do que qualquer um tenha coragem de expressar. Diz-se muito do
preconceito de raça e de credo. O evangélico tem aversão ao católico, o
católico sente repulsa ao umbandista, o ateu execra todas as religiões, apenas
para servir de exemplo. O negro é evitado pelo branco, o branco é negado pelo
negro. Alongando a exemplificação, não raro que rico não goste de pobre,
moradores de áreas nobres não gostem de favelados, vaidosos e egoístas não
gostem da humildade e da simplicidade. E mais um rol infinito de situações onde
o preconceito é percebido, ainda que não totalmente visível. Contudo, o que
dizer do preconceito no olhar, na palavra dissimulada, no forçado convívio
social? O que dizer da ação supostamente despretensiosa, mas que carrega em si
forte dose de desfazimento do outro? O que dizer das relações que se dão entre
forças superiores e inferiores, onde os níveis ou classes sociais pontuam as
formas de tratamento? O que dizer das amizades baseadas na pretensão de um
sobre outro, onde o menos favorecido economicamente é visto como servil? E não
há lei que iniba tal realidade. O preconceito é algo cultural. Existe por
existir. E pronto.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário