*Rangel Alves da Costa
Não faz muito tempo que presenciei uma cena
das mais apavorantes. Com efeito, neste domingo 21/05, logo cedinho, eu estava
dedilhando no computador quando ouvi um barulho forte pelas dependências da
casa. Levantei, abri rapidamente a porta do escritor, e logo compreendi a
situação: um cachorro de um parente meu havia se soltado e queria a todo custo
abocanhar um gato também do mesmo parente. O cachorro valente, parecendo
faminto, avançava feroz pra cima do bichano e este, desesperadamente tentando
se defender, lançava suas patas contra as investidas vorazes. Que cena
lamentável. Mais um minuto e o cachorro sangraria o gato. Sem outra coisa a
fazer, lancei mão de chutes e de um cabo de vassoura até enxotar o valente. E
no cabo de vassoura levei-o para onde não deveria ter saído. E depois disso,
talvez ainda amedrontado, o gato não larga mais o meu pé. Fui aprontar um
cafezinho e ao retornar encontrei-o em cima do meu birô. Exige que descesse.
Desceu, mas desde então permanece deitado juntinho de mim, bem rente aos meus
pés. Medo, temor de nova investida do cachorro, busca de proteção ou mero gesto
de agradecimento? Não sei. Só sei que o bichano continua aqui.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário