*Rangel Alves da Costa
Atualmente,
ante as redes sociais e os sites informativos que disseminam as notícias ao
tempo que acontecem, numa velocidade informativa sem precedentes, pode até
parecer incoerente que pessoas ainda sintam prazer em folhear os jornais impressos
a cada manhã. Nas manchetes e demais páginas, as notícias de ontem, porém já
tão envelhecidas que nada podem acrescentar ao já divulgado e conhecido. Há
pessoas, contudo, que verdadeiramente se comprazem em ter seu jornal a cada
alvorecer e desfrutar entre goles de café o saber inigualável daquelas palavras
impressas. Mas muitas explicações para que o amor pelo jornal e pelo livro
impresso permaneça. Folheando o jornal, colocando as notícias diante do olhar,
é como se a proximidade dos fatos fosse muito maior. E também a noção da maior
veracidade do escrito no papel do que em qualquer outro lugar. É o prazer de
tocar, de folhear, de ir lendo as manchetes e as chamadas, de ir dialogando com
os fatos. E muita gente continua cultivando esse amor imenso pela palavra
escrita em papel, como se tudo ali fosse de sua posse e de sua fruição,
deixando para depois da visita o reencontro com o que despertou a atenção. É o prazer
de ir recolher o jornal lançado depois do portão, é o prazer de ir até a banca
e de lá sair com o mundo à mão. E sempre o cuidado para que as letras não caiam
ao chão. Acaso caiam, talvez não seja mais possível recuperar a República nem
salvar o Brasil dessa putrefata corrupção.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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