*Rangel Alves da Costa
Espantei-me quando ouvi deles próprios que
eram esposo e esposa, marido e mulher. Isso ocorreu ontem, sábado, quando de
repente fui surpreendido com tal revelação. Eu estava num comércio defronte à
minha residência quando estou em Poço Redondo, no sertão sergipano, quando dois
adolescentes chegaram numa moto, desceram e fizeram algumas compras. Era uma
menina bonitinha e um menino igualmente simpático, filho e neto de duas grandes
amigas minhas. Nesta condição, falei com ele rapidamente, enquanto o mesmo
aguardava que a menina pagasse a compra feita. Já iam saindo quando o ajudante
de vendas perguntou se era sua irmã, ao que ele respondeu: “Não, é minha
esposa”. Ouvi já saindo, mas recuei um pouco ante aquela surpreendente
afirmação. Então perguntei quantos anos ele tinha. “Eu tenho 16 e ela 13, mas
somos casados”. Todo mundo ali ficou estupefato, sem acreditar, e também não
era para menos, pois não é todo dia que se encontra um casal onde o mais velho
tenha apenas dezesseis anos. E a esposa apenas e tão somente treze. Tive
vontade de perguntar desde quanto tempo estavam casados, pois certamente ela
estava com onze ou doze anos quando resolveram casar (ou se unir, pois
certamente apenas viviam juntos como marido e mulher). Não perguntei. Achei
melhor não procurar me espantar ainda mais. Eles foram embora e fiquei pensando
e pensando. Que coisa tão estranhamente bonita uma relação nascida assim tão
jovem, entre ainda meninos. E se der certo mesmo? Que coisa ainda mais
maravilhosa esse encorajamento entre os dois para fazer brotar e florir o amor
logo cedo predestinado a acontecer. Não sei nada do futuro, nem os dois meninos
sertanejos. Mas que Deus proteja essa corajosa união, que Deus os proteja.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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