*Rangel Alves da Costa
Verdade que estou triste pelo que me fizeram,
mas minha tristeza é minha. Não tenho raiva, ódio ou rancor de quem me fez
entristecer. Tenho raiva de mim mesmo que mais uma vez errei por confiar na
pessoa que me fez entristecer. Daí ser tão minha essa tristeza minha. E aumenta
mais a minha tristeza tão minha pelo fato de fazer o bem e receber a maldade
como retribuição. Dói muito mais essa tristeza minha pelo fato de estender a
mão e como troco receber a ingratidão, a desonra, a ferida aberta na imagem.
Quanta tristeza minha que dói. Pensar que lidava com gente quanto a víbora
venenosa já vinha com o bote armado. Pensar que estava fazendo o bem, quando a
covardia renegava com veneno toda a bondade feita. Agora reconheço, sofrendo
tanto essa minha tristeza tão minha, que perdi de minha vida mil anos em apenas
alguns meses. Fui achincalhado, denegrido, desonrado. E dói muito mais por que
sou incapaz de usar a mesma arma com a qual fui ferido. Não posso revidar o mal
com o mal. Não é de minha índole ir além do que permite a bondade no meu
coração. Triste demais por isso tudo. Triste porque estou triste e triste
porque não quero ver ninguém triste. Bem que eu poderia dar o troco agora. Mas
meu nome é outro, não é tempo. Então deixo que o tempo faça a devida
retribuição.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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