*Rangel Alves da Costa
O passado é geralmente visto como um tempo
bom. Quando alguém a ele se refere, então logo diz que nada igual a
antigamente, que aquilo é que era bom de se viver, que noutros tempos não havia
nem isso nem aquilo. E sempre para remeter a um saudosismo melancólico, a uma
saudade boa, a relembranças do que ficou para trás e não volta mais. Eu mesmo
me recordo de muito, desde a infância à adolescência, porém com maior nostalgia
das peraltices da criancice. Um tempo verdadeiramente bom seja em que tempo
for, pois a infância sempre uma fase da vida ainda descompromissada com as agruras
futuras, voltada somente para o regozijo dos dias, das horas, dos segundos.
Sim, recordo-me brincando de ponta de vaca pelos quintais, correndo solto de
pés descalços, caçando passarinho com peteca baleadeira, voando pelos ares em
cavalo de pau, roubando goiaba no quintal do vizinho. Mas, principalmente, a
doce recordação dos cafunés de minha avó, aquelas palavras doces que jamais
ouvirei novamente.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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