*Rangel Alves da Costa
Não tem jeito não. Tudo está afundadamente
afundado, e bem fundo, como diria o outro. O tapete não suportou guardar
debaixo de si tanta coisa podre, lançou aos esgotos, em lama se transformou,
entrou em estado de putrefação e hoje está aí essa imundície toda. Governante,
ex-governante, secretário, ministro, político, poderoso, tudo agora mostrando
sua verdadeira face, sua feição mais vergonhosa. De cima abaixo, do primeiro ao
último escalão, só há ladrão, desonesto, pilantra, espertalhão, picareta,
imoral, safado, mentiroso, finório usurpador de todas as virtudes públicas.
Como há gente safada nesta República, como há gente sem um mínimo de caráter
neste Poder, como há salafrário neste Planalto, como há verme asqueroso nesta
Política, como há mafioso e desonesto neste Brasil. Contudo, não seria de se esperar
muito diferente. Não seria de se esperar que o homem comum após ser eleito ou
passando a exercer alto comando no poder, mudasse o senso de esperteza presente
na maioria do brasileiro. O povo comum, o povo em si, gosta de tirar proveito
em tudo, gosta de se dar bem demais nas mais diversas situações de vida, e não
pensando duas vezes em dar rasteira no próximo para alcançar seus objetivos.
Esse caráter um tanto duvidoso do povo, nunca iria mudar naquele do povo que é
eleito. Uma vez alcançado o poder, logicamente que vai agir com esperteza
diante das novas possibilidades. E as possibilidades de agir espertamente são
muito maiores: dinheiro muito, benesses muitas, a farra das convidativas
ilicitudes. Então se lança de corpo e alma no lamaçal. Mas ali está apenas o
homem saído do povo, pois a gente comum age da mesma forma se encontra um modo
de se dar bem perante o que esteja ao alcance.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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