*Rangel Alves da Costa
Um caos,
um absurdo, todos os dias a mesma notícia se repetindo: mais um foi assassinado.
Assim no sertão sergipano, no antigamente pacato, seguro e humano sertão
sergipano. No mesmo sertão onde as pessoas deixavam suas portas abertas sem
nada temer, estendiam esteiras nas calçadas para dormir em noites calorentas,
caminhavam na noite fechada e madrugada adentro sem que qualquer ameaça lhes
cruzasse a estrada. Um sertão onde a violência começou com o roubo de gado, com
o aumento do número de forasteiros, a chegada das drogas e a intensidade das
rixas e vinditas de sangue. Daí em diante não houve mais sossego da população.
Atualmente, não só os assaltos a qualquer hora do dia como a pistolagem e as
prestações sangrentas de sangue. Hoje em dia não se usa mais a emboscada ou a
tocaia para dar cabo da vida do próximo. Chega-se numa motocicleta com capacete,
alveja-se a pessoa marcada para morrer e pronto. Dificilmente um assassino é
reconhecido e levado à prisão. Mas também as mortes gratuitas, as mortes em
brigas de festas, as mortes pelas mortes. Mas há que ser assim e piorar ainda
mais a situação. Em pleno sertão sangrento, a maioria das delegacias não conta
mais que com três policiais. E um carro da polícia cuja serventia é somente
para mandar desligar os sons potentes nas malas dos veículos. Os sons altos
incomodam, mas a barbárie do crime incomoda muito mais.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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