*Rangel Alves da Costa
E disse o mestre: “Meu olhar vai muito além
do horizonte e de mais adiante, alcançando o primeiro grão de areia da primeira
estrada de tudo. Lá, onde tudo começou, eu estava. E o que sou agora é também o
que já fui desde aquele primeiro passo. Eis que sou fruto de seres que são
frutos de outros seres, desde o que sou e serei ao primeiro; desde o que sou ao
que foi o meu pai e todos aqueles que antes dele vieram. Por isso tenho nome e
sobrenome que não dizem nada. Tudo falso e tudo ilusão, pois talvez o homem
seja esquecido se o seu nome não for lembrado. Por isso que meu nome é sangue,
é raiz, é linhagem, é ancestral, é hereditariedade, é passado. Ninguém pode
tirar do ser aquilo que está na sua alma, no seu espírito, na sua
ancestralidade. Por consequência, a morte jamais será fim de alguém. E ninguém
morreu desde aquele primeiro passo naquele primeiro grão de areia”.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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