*Rangel Alves da Costa
Estou em Poço Redondo, no sertão sergipano,
meu berço de nascimento e de meninice. Aos finais de semana estou por aqui para
alguns tantos afazeres, muito mais pelas veredas de terra do que mesmo pelo
centro da cidade. Acordo cedo, em torno das quatro, mas antes mesmo de levantar
da rede eu já ouvia o barulho da feira, que no dia de hoje acontece a poucos
metros de onde estou. Vozes, palavras, palavras, ferros sendo juntados, mesas
sendo estendidas, tabuleiros tomando assentos, cestos deitados ao chão, uma
coisa ali outra acolá. Ainda em fase de arrumação, mas também com pessoas já
aproveitando para comprar o que já está sendo ofertado desde a madrugada.
Frutas novas, legumes verdosos, feijão de corda, maxixe, quiabo. As paneladas
das barracas de comida já estão fervendo. Logo mais o barulho cresce, as vozes
se somam aos gritos, um formigueiro humano chegando e voltando com suas
compras. Pessoas com mais dinheiro, outras com o contado, e ainda outros até
sem nada. Um dia de feira, mas não pra todo mundo. Muito sertanejo só olha.
Muito sertanejo por dentro só chora, e volta de mãos vazias.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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