*Rangel Alves da Costa
O namoro antigo era muito diferente do namoro
de agora, tanto no procedimento como na execução. Nada de safadeza antes do
casamento, nada de “ficar”, nada de sacanagem. Ou se namorava direito ou era “desnamorado”
na hora, e ainda correndo risco de nunca mais chegar perto de moça de família.
Beijo na boca, de jeito nenhum. Pegar e acariciar os seios, de jeito nenhum
mesmo. Passar a mão pelas coxas da namorada, só se os pais estivessem
entretidos com outra coisa, pois perante seus olhares não havia jeito. Em
primeiro lugar, não existia essa coisa de namorar por aí, com qualquer um, numa
balada ou coisa parecida. Para namorar só se o pai concedesse a mão da filha. E
namorar somente em casa, em cadeiras separadas, sem muita aproximação, e
conversando somente coisas desinteressantes. O pai ou a mãe nunca se afastava.
Tudo isso para proibir que a mão boba roçasse a perna ou a boca de um se
aproximasse do outro. Sexo? O pecado mortal. De jeito nenhum, impossível antes
do casamento, pois se a mocinha aparecesse buchada seria a desonra familiar. E
tinha de casar no mesmo instante. Acaso o rapaz que fez “mal” se negasse a
casar, então a guerra estava feita. Mas não somente isso, pois até chegar ao
bem-bom, depois do namoro ainda tinha que firmar compromisso, com aliança e
tudo, para somente depois chegar ao noivado prontamente dito. E daí o
casamento, com juras de amor eterno e tudo o mais. Pelo relatado, há alguma
diferença com o namoro de agora?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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