Assim será...
O sol é fogo e fornalha
queima e resseca tudo
tinge de marrom minha pele
entristece o meu semblante
me deixa velho e lanhado
com suor respingando lágrima
e dizendo que me banhe
nas águas da lua que vem
me perfume no vento da noite
que é pra na manhã seguinte
tomar posse da vida de novo
e fazer de mais todo esse dia
um doloroso sofrer na escravidão
dos que são servos do tempo
nos sofrimentos da terra sertão
mas depois do trabalho do dia
não serei mais escravo do sol
não deixarei o suor me queimar
nem sentirei dores de espinhos
nem das pedras nos caminhos
nem vou abandonar meu sertão
vou apenas enganar a sina
deixar sem rumo o destino
viver dedilhando viola ao luar
até que a chuva afaste o sofrer
até que essa maldita seca se vá.
Rangel Alves da Costa
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