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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Doce de carambola (Poesia)

Doce de carambola


Um dia
juro por Deus que pensei
que carambola fosse fruta
sem qualquer razão de ser
apenas uma fruta sem gosto
fruta sem beleza e sabor
uma frutinha qualquer
escondida nos pomares
na solidão da estação
até cair de madura
sem ter uma boca sequer
que mordesse a carne
quase incolor e triste
desse nome sem mistérios

vi você pela primeira vez
e juro por Deus que pensei
que teria de aprender a gostar
de carambola do pomar
aquela mesma sem sabor
aquela tão insossa e incolor
pois me diziam que você
era fruta de tanta incerteza
sem ser da boca nem da mesa
apenas uma linda espécie
que existia sem existir
difícil demais de se sentir

hoje coloco uma flor
na borda de cristal reluzente
de uma taça esculpida
na beleza pra toda vida
e experimento num beijo
tão doce e imenso desejo
um sabor suave de fruta
carambola de mel e açúcar
sobremesa de meu dia
delícia de prazer e alegria.


Rangel Alves da Costa

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