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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

AMOR MAIOR (Crônica)

AMOR MAIOR

                                Rangel Alves da Costa*


Por mais que o homem secular, esse mesmo homem que se entorpece pela sua vida, pretenda conceituar o amor com palavras bonitas, ainda assim será incoerente diante do amor maior.
Saídos da mente humana e eternizados nos livros, são inúmeros os conceitos para o amor. Dessa sabedoria nasceram pensamentos e versos belíssimos que somente a título de curiosidade serão citados: Assim, dizem que é “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer... (Luís de Camões).
Diz Joshua Cooke que “O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição. Como são sábios aqueles que se entregam às loucuras do amor!”. Já John Dryden afirma que “O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade”. Sentimentalmente, assevera Victor Hugo: “Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele”.
Se poderia dizer ainda que o amor seja simplesmente afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc.; sentimento de gostar muito de outra pessoa ou coisa, de forma a querer e fazer o bem para essa pessoa, ser vivente ou mesmo coisa; sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, dedicando-se de maneira absoluta.
Do mesmo modo, os que veem o amor a partir de concepções psicológicas alcançam grande eloqüência, mas sem, contudo, encontrarem o âmago do amor maior. Neste sentido, em texto intitulado “O que é o amor?” (http://psicob.blogspot.com/2009/02/o-que-e-o-amor), procura-se obter o entendimento do que seja amor a partir de formas de amar:
“Numa tentativa de simplificar a definição de Amor, os psicólogos sociais recorreram à definição de seis diferentes formas de amar. São elas seis: o amor romântico (envolve paixão, unidade e atração sexual mais usual na adolescência), o amor possessivo (determinado pelo ciúme, provocando emoções extremas), o cooperativo (que nasce geralmente de uma amizade anterior, sendo alimentado por hábitos e interesses comuns), o amor pragmático (característico de pessoas ensinadas a reprimir os seus sentimentos o mais possível, sendo estas relações desprovidas de qualquer manifestação de carinho), o lúdico (que se baseia na conquista e na procura de emoções passageiras) e o amor altruísta (praticado por pessoas dispostas a anular-se perante o outro, tendendo a "isolar-se num mundo onde, na sua imaginação, só cabem os dois ainda que o outro pense e atue exatamente ao contrário")”.
Os conceitos e pensamentos acima expostos pecam pelo demasiado idealismo, concebendo o amor como esfera sentimental a ser perseguida, porém sem submetê-lo a todas suas possibilidades. Não se demonstra, pois, o amor maior. E esta ampla visão de amor maior só pode ser encontrada em I Coríntios, 13:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor seria como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. E ainda que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor nada disso me aproveitaria! O amor é paciente, o amor é bondoso. O amor não tem inveja. O amor não trata com leviandade. O amor não é arrogante nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Com amor, tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.  Hoje vemos como por um espelho em enigma; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido. Por ora subsistem a fé, a esperança e o amor - estes três. Porém, o maior deles é o amor”.
O amor maior é, pois, a certeza que amar é o significado maior da própria existência, pois no amor a está o alicerce que não se curva diante das dificuldades e sempre encontra firmeza para conduzir o homem à felicidade.



Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

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