Da guerra e da paz
A última bandeira que tinha
rasguei sem querer a galope
na última batalha do amor
cansado de tanta luta
sentimentos sangrando
com o coração despedaçado
por tudo aquilo que lutei
só me restou a certeza
de que a paz seria melhor
uma casa e uma varanda
uma tarde e um sombreado
um vento que chega e vai
uma rede dolente balançando
um cheiro bom de café
um bolo de milho ao forno
o rio chama para o banho
sigo abraçado à nudez
da minha flor meu amor
não esperava certos visitantes
mas a discórdia bateu à porta
a intriga chegou sem avisar
o ciúme apareceu de repente
e só tive tempo de fugir a galope
levando comigo a incerteza
de sentir o pavor da guerra
sem jamais querer lutar
e quando a bandeira rasgou
e o meu cavalo cansado deitou
pedi perdão por não saber lutar
e ouvi que na guerra do amor
quem ama só sai perdedor.
Rangel Alves da Costa
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