*Rangel Alves da Costa
O passado e o casarão. O passado no casarão.
Histórias, memórias, baú do tempo, lembranças, tristezas, alegrias, saudades,
tudo no casarão. Casarão suntuoso, paredes de quase um metro de largura, portas
e janelas imponentes e um dia feitas na madeira de lei e que cupim não rói.
Quartos, salas, cozinha, dependências espaçosas para acolhimento de relíquias,
móveis antigos, louças, cristais, oratórios, cristaleiras, mesinhas e objetos
antigos por todo lugar. Tudo tão belo e grandioso, tão triste e tão perfeito,
tão enaltecedor e tão nostálgico. Mas nada igual aos retratos do casarão, as
velhas molduras, as fotografias amareladas e suas faces distantes. Pelos
corredores, nas salas, nos quartos, por todo lugar a presença daqueles retratos
antigos. Olhares imponentes, gestos firmes, posturas de uma nobreza
indescritível. Tudo assim num livro aberto perante o olhar. Mirar a fotografia
é como sentir o diálogo com o passado. Olhar atentamente para o retrato é como
estar perante alguém presente. E com palavras e vozes: talvez assim um dia
será... Ou talvez não. O passado distante soube guardar suas memórias. E o
presente apenas passa.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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