*Rangel Alves da Costa
A noite já de boca aberta esperando o seu
negrume, que logo chegará. Contudo, um entardecer sem por do sol avermelhado,
de chama de candeeiro que vai se apagando aos poucos. E assim por que chuvisca
na terra, o sereno cai lentamente pelas ruas e arredores da cidadezinha. Uma
poesia molhada, um canto doce e belo ao homem da terra, uma esperança boa que
se renova. A planta já sedenta, o chão já empoeirado demais, tudo só pede um
gole d’água, ainda que vá caindo apenas lentamente, pouquinho e pouquinho, num
chuviscamento que faz verdejar a vida. Pouca chuva, quase nada, somente apenas
o sereno mesmo. Não há, contudo, nada mais esperançoso que isso. A terra abre
os braços, o homem olha maravilhado aos horizontes, a mulher vai contando as
contas de seu rosário, o bicho passeia com ares de felicidade. A planta sorri,
a planta feliz sorri. É no serenando que as portas da chuvarada se abrem e todo
o sertão agradece aos céus pelas esperanças que vão lentamente caindo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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