*Rangel Alves da Costa
Pelas ruas, praias, shoppings e demais
passarelas, dificilmente o homem olha para a mulher que passa sem intenções
“pecaminosas”. A sensualidade aflora em erotismo, o erotismo da mulher redunda
em desejos “impróprios” do homem. É o olhar do homem que fala, que diz, que até
grita. “Eita mulher gostosa da porra!”, “Pedaço de mau caminho!”, “Que
piteuzinho tesudo”, “Esse rabo é demais!”, e por aí vai. Não eco de voz, não
palavra claramente dita, mas a mulher a tudo percebe e, na percepção,
prontamente dá sua resposta, diz o que gostaria de dizer. Então rebola mais,
erotiza mais o caminhado, sensualiza mais os trejeitos, como se dissesse “fique
com água na boca”. Ou faz de conta que não está nem aí. Ora, a mulher - e com
razão - gosta de ser apreciada. A maioria não gosta - e também com razão - de
cantadas ridículas ou declarações desrespeitosas, mas geralmente apreciam ser
olhadas, admiradas e desejadas. E surgiu-me agora aquela história da mulher nua
de vestido longo. Ela passou de vestido tão longo que chegava aos pés. Roupa
decente, bem comportada, mas que, aos olhos de muitos, seguia completamente
nua. E assim por que o olhar quer e o desejo imagina.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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