*Rangel Alves da Costa
Amor, esse mel, esse fel. Amor é ter prazer
com o outro, é sentir alegria pela existência do outro, é como uma devoção onde
o outro assume um lugar de tamanha importância que passa mesmo a guiar as ações
e as emoções. Amor não é o frívolo, a futilidade, o passageiro. Amor não é experimentação
nem manipulação, não proveito que se tira para depois saber se vale a pena ou
não dar continuidade à relação amorosa. Amor é cuidar do outro, é se preocupar
com o outro, é amar como se dividido estivesse e a vida só se completa com a
junção da outra parte. Amor é, assim, um profundo e doce e terno contentamento
do coração. Amor não é ocasional, o acaso, o instante. O amor não é o amasso
que se dá na balada e depois segura na mão para levar onde quiser e fazer o que
bem entender. Amor não é promíscuo nem pecaminoso, não é libertino nem
depravado. Amor é sentir saudade a todo instante, é chegar à janela e avistar o
seu nome na nuvem, é avistar na paisagem algo que faça recordar o ser amado. É
ouvir no silêncio a canção de amor, é cantar tal canção sem abrir a boca. Amor
não é apenas o sexo, a transa, o gozo, o possuir. Amor não é fechar a porta e
tirar a roupa, não é deitar ao lado e já querer ficar por cima ou por baixo,
não é a pressa orgásmica do nada. Amor é o afeto, é o carinho, o dengo, a singeleza
como o outro é docemente tratado. É um cafuné, é uma xícara de café quentinho,
é um pedacinho de bolo na boca. Amor é o alimento maior da alma e do coração.
Não é fel, o amor não é fel. Poderia ser mel e céu. Qualquer coisa de paraíso
ou de abismo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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