*Rangel Alves da Costa
Não gosto de conselhos. Acho um tanto de
intrometimento no livre-arbítrio do outro, na sua liberdade de pensar e de
agir. Ademais, como se diz, aconselhar o outro é fácil demais, bastando dizer
que faça o que a própria pessoa não faz ou dizer que não faça, o que o
aconselhador costumeiramente faz. Aquela velha história: faça o que eu digo,
mas não faça o que eu faço. É como se o aconselhamento partisse de alguém que
não erra, que não peca, que está acima de qualquer suspeita. Primeiro se olhe,
se enxergue. Primeiro vá lavar sua roupa para chegar ao outro e dizer que
avistou uma mancha. Primeiro vá cuidar em sua vida. Um espelho deveria servir
de lição. Primeiro se olhe, se enxergue, se analise. E depois de muito procurar
em si mesmo, continue procurando mais. Alguma coisa de ruim ou fora de lugar
haverá de encontrar. Somente depois, somente quando aconselhar-se a si mesmo é
que mais distante de aconselhamento do próximo deverá ficar. E assim por que um
bom espelho sempre diz que ninguém é perfeito.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Um comentário:
Só aconselho a quem eu conheço muito bem, e mesmo assim, quando pedem minha opinião. Caso contrário, observo e calo a boca.
Postar um comentário