*Rangel Alves da Costa
Já fui bebedor inveterado. Já bebi muito
mesmo. E não tinha nenhuma exigência, pois enchendo o copo e bebendo o que
estivesse à disposição. Já bebi casca de pau, jurubeba, licor, aguardente,
vinho, vodka, uísque, cerveja, coquetel, misturado. Também já me embriaguei
muitas vezes, não nego. Tive ressacas imensas e escrevi mil poemas cheirando a
limão. Um apaixonado, um boêmio, um andante de mesa de bar. Contudo, não me
alonguei na carreira de bebedor. De repente parei. Parei de vez e de não
colocar na boca sequer um copo de cerveja, ainda que seja sem álcool. Também
sem álcool não bebo. Sento à mesa de bares, dialogo na mesa de bares, chego ao
pé do balcão, mas nada de álcool. Simplesmente não tenho mais vontade de beber,
ainda que em muitas situações somente um copo cheio para o encorajamento. Mas
melhor não, melhor assim. Minhas vontades e coragens, meus despertares e
afoitamentos, eu devo encontrar na sobriedade. Melhor assim.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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