Lágrimas de saudade
Hoje vivo no passo da idade
o destemor de chorar e sofrer
toda vez que chega a saudade
molduras antigas como eternidade
minha avó sentada na calçada
minha mãe bordando uma flor
meu avô falando em invernada
meu pai pulsando o sertão com amor
eu menino de cavalo de pau
a meninada nua na chuvarada
pirulito de mel e prato de mingau
somente flores nos beirais da estrada
e hoje no tempo passado
a saudade sem temer ou fingir
tudo reviver no lenço molhado
chorar na lembrança todo meu sentir.
Rangel Alves da
Costa
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