*Rangel Alves da Costa
No meio do dia, quase no meio do tempo, eu
avistei três cadeiras no calçadar da casinha. “Oi de casa!”. “Oi de casa!”.
Quase gritei e repeti a saudação da chegada. Não houve resposta. Cisquei e cacarejei
pelos arredores. Nada de ninguém aparecer. Uma solidão na mataria, um pequeno
curral vazio, nenhum bicho. Também nenhum pé de pessoa. Apenas eu pensativo de
tudo. Por quê? Por quê? Perguntei-me. Então caminhei para defronte as três
cadeiras e, ainda pensativo, comecei a desvendar o mistério. Na primeira
cadeira vazia estava sentado o passado, ali ocultamente ainda presenciando
tudo. Na segunda cadeira vazia estava o presente, ali sem ser avistado por
ainda não ter totalmente acontecido. E na terceira cadeira vazia o chamado para
que eu fosse sentar. E sentando passasse a fazer parte daquele passado e
daquele presente. E eu sentei. Por isso que já sou de lá. De lá desse
mundo-sertão!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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