*Rangel Alves da Costa
Vocês não estão vendo a fotografia, que pena.
Mas estou a foto retrata uma casinha de barro que guardo num cantinho aqui, em
cima de uma mesinha. Quem a avista, ante a perfeição como foi feita, até se
sente perante uma de verdade. E a ele, a casinha de barro, digo: “Já estive aí.
Já proseei com os donos da casa. Já tomei uma xícara de café batido em pilão.
Já dei boa noite e deixei os dois no seu mundo. Eles moram aí: Gerôncio e
Bastiana. Cuidei de me despedir por que sei que a boca da noite já é quase hora
de fechar a porta e apagar o candeeiro. Acordam cedo demais, antes mesmo do
cantar do galo. Saí até muito tarde, com noite fechada e lua grande. Depois que
me despedi, e já no caminho de casa, então fiquei imaginando como é o viver
nesse mundo de cipó e barro, de fogão de lenha e tamborete de assento. Pensando
bem, um mundo que também é o meu, desde o barro da terra ao barro em tudo o que
sou. Uma casinha eu também sou. Assim como Gerôncio e Bastiana, vivendo no
barro da vida até que em pó tudo se transforme”.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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