*Rangel Alves da Costa
Noutros tempos... e agora. Dava a benção e
era abençoado. Temia e acatava avô, avó, pai e mãe. Hoje não respeita a si
mesmo nem a ninguém. Hoje sofre sem saber por quê. Sentava no colo da avó e
pedia cafuné. Corria aos braços do avô e lhe pedia histórias. Ao pai e mãe
prestava atenção. Hoje faz de conta que não tem família, renega a si mesmo e a
toda pessoa. E agora sofre sem saber por quê. Mesmo distante, sempre encontrava
um tempinho de ao lar familiar retornar. Queria do bolo da avó, queria do pão
de forno a lenha da avó, desejava o doce de tacho da avó. Proseava largamente
com o seu avô e tudo da vida queria saber. A comidinha de casa era a mais
desejada, o café da mãe bebia com ternura. Hoje não quer saber sequer do
passado, tanto faz a família como o que restou. Vive num mundo aos tropeços, e
quando cai não sabe o porquê.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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