Vivendo na roça
Quero viver na roça
lá nas distâncias do mundo
no meio do mato e da vida
onde o amor mais fecundo
possui na felicidade guarida
a lua e o sol no umbral da janela
fogo de lenha ao chão estendido
café torrado fervendo em chaleira
um pássaro de repente aparecido
para cantar no alto da quixabeira
e o meu passo assim sem pressa
pela malhada catando alvorecer
conversando com a pedra e a flor
na moringa a água doce de beber
no cuscuzeiro o amarelado sabor
é no viver assim tão roceiro
com a porteira fechada à tristeza
que o meu sorriso será de canção
como rede balançando em leveza
na varanda de um mundo sertão.
Rangel Alves da
Costa
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