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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CÓDIGOS DA VIDA (Crônica)

CÓDIGOS DA VIDA

Rangel Alves da Costa*


Nem todos percebem e nem é fácil perceber, mas todas as ações humanas obedecem a códigos para serem justificadas.
Neste sentido, códigos são leis que regem a existência humana; são normas de conduta que as pessoas consideram como válidas nas suas ações; são formas de representar seu conhecimento de mundo e de manifestar-se perante os fenômenos.
Códigos são ainda conjuntos de preceitos e normas de comportamento; são sinais que delimitam e caracterizam o pensar e o fazer de um povo. Daí ser correta a afirmação de que o principal código da vida é a existência. Contudo, como esse existir realmente se manifesta nas pessoas?
Todos pregam que a existência do ser humano deve ter por base alguns preceitos básicos, que qualificam e dignificam as pessoas. Estes seriam, dentre outros, a dignidade, a honra, a moral, a ética, a solidariedade e o respeito e amor ao próximo.
Seria essencial que tais códigos estivessem sempre presentes na essência do indivíduo, no seu contexto mais íntimo, e que pudessem ser expressados perante as mais diversas situações da vida. Contudo, logicamente que o elemento característico da imperfeição impede que aqueles preceitos básicos tenham a mesma visibilidade em cada um.
Muitos devem se contentar ao menos em conhecê-los e buscar manifestá-los como podem; alguns se esforçam ao longo da vida para não se desviarem completamente das boas condutas; e outros sabem que vivem e procuram continuar vivendo à margem de qualquer daqueles preceitos.
Buscar a perfeição no homem que vive na sociedade imperfeita seria utopia e sonho. Mas é preciso saber que até o mínimo existencial não prescinde da observância de alguns daqueles preceitos. Ora, como a própria expressão deixa claro, o ser é humano, e não animal ou bestial.
Enquanto ser que é humano e pretende que o pó dos tempos não deixe marcas enegrecidas pela sua passagem terrena, urge que cada um saiba se tem agido em consonância com os tais e imprescindíveis códigos. É preciso que cada um olhe no espelho de sua consciência e reflita se ainda lembra dos conceitos de dignidade, honra, moral, ética, a solidariedade e o respeito e amor ao próximo.
Sobre a dignidade já disse o filósofo Immanuel Kant que o homem é um fim em si mesmo e, por isso, tem valor absoluto, não podendo, por conseguinte, ser usado como instrumento para algo, e, justamente por isso tem dignidade, é pessoa. Assim a dignidade é a característica do indivíduo que o define como honesto, que age com retidão, honradez e respeito a si próprio e que, por isso mesmo, não se deixará violar nos seus direitos enquanto pessoa humana.
Quando o indivíduo busca verem preservados e incólumes seus gestos de seriedade, de respeito, honestidade e integridade, diz-se que este é honrado. E tem honra porque a sociedade faminta para denegrir e macular a imagem das pessoas, muitas vezes não consegue penetrar naqueles valores intrinsecamente existentes.
A moral, enquanto consciência individual e não coletiva, pressupõe o indivíduo que sabe distinguir o bem do mal, o certo do errado, mas principalmente que não aceita inverter essa realidade, vivendo sempre a partir de condutas que são respeitadas pelos outros e que valorizam e dignificam socialmente.
A ética deve ser vista como a forma que o indivíduo se comporta no meio social, refletindo nos seus gestos e atitudes enquanto pessoa ou profissional, não deixando que suas ações deturpem sua imagem nem provoquem prejuízos aos outros. Age com ética, por exemplo, aquele que sabe dizer não quando todos querem ouvir sim a todo custo.
A solidariedade consiste no sentimento bom que é criado intimamente por poder ajudar o próximo, servi-lo nas suas necessidades; compartilhar de suas alegrias, angústias e preocupações. Os interesses e as ações deixam de ser meramente pessoais, egoístas e mesquinhas, para se tornarem meios de compartilhamento.
Por sua vez, o respeito e amor ao próximo, mais do que códigos humanos, são expressões que devem ser consideradas por todos aqueles que seguem os mandamentos divinos: "Amai ao próximo como a ti mesmo".




Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Um comentário:

Toninho disse...

Os codigos são os parametros que nos faz diferenciar e comunicar de maneira ordeira e em conformidade.
Bela reflexão como sempre Rangel.Desejo toda paz a voce e muita luz nos seus dias.Um abraço.