*Rangel Alves da Costa
De arrepiar. Mas principalmente de causar
comoção. Eis a triste e melancólica história da casa do fantasma. Fantasma?
Sim, um fantasma num homem com vida, não alquebrado de tempo, não tomado de
doenças, aparentemente normal. Mas por que fantasma? Pela solidão a que se
entregou, pela tristeza profunda chamada a si, pelo desprezo e desgosto por
tudo na vida, pelo afastamento da realidade e do mundo lá fora, pelo silêncio
acorrentando a sua voz, pelos olhos perdidos e sem horizontes. E vivendo numa
casa de portas e janelas sempre fechadas, sem luz da manhã ou de qualquer
claridade, com livros espalhados pelo chão, com rabiscos de escritos por todo
lugar, num desgrenhamento de vendaval. E não somente à noite, mas também
durante o dia, e um uivo triste de um lobo em sua estepe de dor. Desamor,
desamor, desamor...
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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